quarta-feira, 7 de agosto de 2019

NÃO É A NEUROSE QUE É CURADA,MAS É ELA QUE NOS CURA.

NÃO É A NEUROSE QUE É CURADA,MAS É ELA QUE NOS CURA.
"Não se deveria procurar saber como liquidar uma neurose,mas informar-se o que ela significa,o que ela ensina,qual sua finalidade e sentido. Deveríamos aprender a ser-lhe gratos,caso contrário teremos um desencontro com ela e teremos perdido a oportunidade de conhecer realmente quem somos. Uma neurose estará realmente "liquidada" quando tiver liquidado a falsa atitude do eu.Não é ela que é curada,mas é ela que nos cura.A pessoa está doente e a doença é uma tentativa da natureza de curá-la. Por isso podemos aprender muita coisa da doença para a nossa saúde e que aquilo que parece ao neurótico absolutamente dispensável,contém precisamente o verdadeiro ouro que não encontramos em outra parte. Em muitos casos, devemos exclamar: Graças a Deus,ele conseguiu que sua mente se tornasse neurótica. A neurose é,de fato,uma tentativa de autocura. É uma tentativa do sistema psíquico auto-regulador para restaurar o equilíbrio,de modo algum diferente da função dos sonhos - apenas mais vigorosa e drástica. Eu mesmo conheci mais de uma pessoa que devia toda a sua prestabilidade e sua razão de existir à neurose,a qual impediu todas as piores loucuras de sua vida e forçou-o a um modo de vida que desenvolveu suas valiosas potencialidades. Estas poderiam ter sido sufocadas se a neurose,com mão de ferro,não o tivesse forçado a ocupar o lugar que de fato lhe pertencia. As neuroses como todas as doenças,são sintomas de desajustamento. Por causa de algum obstáculo - uma fraqueza ou defeito constitucional,etc - a pessoa recua diante das dificuldades que a vida oferece e encontra-se, assim, de volta ao mundo da infância. O inconsciente compensa essa regressão produzindo símbolos que,entendidos objetivamente,isto é,por meio de pesquisa comparativa,reativam as idéias gerais que são subjacentes a todos esses sistemas naturais de idéias. Assim,surge uma mudança de atitude,que serve de ponte para a dissociação entre aquilo que o homem é,e aquilo que ele deveria ser. O que vem ao encontro do doente na dissociação neurótica é uma parte estranha e não reconhecida de sua própria personalidade. Ela tenta forçar seu reconhecimento com os mesmos meios que utilizaria uma parte do corpo,teimosamente recusada,para marcar sua presença."
CIVILIZAÇÃO EM TRANSIÇÃO >>>>>>>>>> Carl Jung
LÉXICO JUNGUIANO >>>>>>>>>> DARYL SHARP.

inclusões no documento 11

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