Agostinho Alves Ramos
Em 14 de outubro de 1813, no Rio Grande do Sul/RS, Freguesia de São Pedro do Rio Grande, Agostinho casou com Anna Maria Rita, natural de Peniche, Portugal. De ambos não constava a filiação em documento da paróquia. Não tiveram filhos.
Em fins de 1823, fixou-se na Colônia de Itajaí. Considerado um dos fundadores do município de Itajaí porque ajudou na construção: da primeira capela (erguida por um escravo seu), dedicada ao Santíssimo Sacramento e tendo como co-padroeira Nossa Senhora da Conceição, por sugestão de Agostinho; do cemitério; da primeira escola pública e do primeiro distrito policial.
Por iniciativa de Agostinho, em 15 de abril de 1835, foi aprovada a Lei No 9, posteriormente sancionada pelo Presidente da Província, Feliciano Nunes Pires, e criada a primeira escola pública de Itajaí. A lei determinava que o professor teria o ordenado anual de cento e oitenta mil réis e, segundo método individual, ensinaria os estudantes a ler, escrever, fazer as quatro operações de aritmética, gramática portuguesa e ortografia, e a doutrina cristã.
Agostinho, um próspero comerciante (possuía armazém e depósito, “secos e molhados”, na barra do Itajaí-Mirim) e sócio de Anacleto José da Silva, também Deputado Provincial catarinense em vários mandatos, integrou a antiga Guarda Nacional, foi Tenente-Coronel e Coronel Comandante do 7° Batalhão dessa Guarda.
Era um homem de vasta cultura: “mestre em riscar plantas de navios e que vários dos grandes barcos construídos no Itajaí obedeceram aos planos por ele elaborados”; deixou sua marca ainda na cultura e na arte, sendo conhecido por suas poesias satíricas, que são inclusive, uma das primeiras manifestações artísticas das quais se tem registro na cidade. Entretanto, a sátira não foi seu único gênero poético, mas apenas delas se tem material conservado, ainda que pouco. (FLORIANO, 2013, p. 95).
Liderou a luta pela emancipação de Itajaí que se concretizou 30 anos mais tarde.
Quando foram convocadas as primeiras eleições para a Assembleia Provincial em 1835, Agostinho foi escolhido para ocupar uma das cadeiras. Sendo o representante da região no Parlamento, teve maior possibilidade de lutar pelos interesses do povoado em ascensão. Na 1ª Legislatura (1835-1837), licenciou-se em 30 de março de 1835. Antes, redigiu e apresentou um projeto de colonização, mais tarde aprovado e transformado na Lei N° 11, sancionada pelo Presidente da Província, em 5 de maio de 1835.
Na 2ª Legislatura (1838-1839), ficou na suplência de Deputado Provincial, foi convocado, mas não tomou posse.
Candidatou-se e, mais duas vezes, foi Deputado na Assembleia Legislativa Provincial de Santa Catarina: na 3ª Legislatura (1840-1841) e na 8ª Legislatura (1850-1851).
Em 26 de janeiro de 1850 sua esposa morreu, ano que a saúde de Agostinho começou a se debilitar.
Faleceu em 16 de junho de 1853, vítima de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
https://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/biografia/29-Agostinho_Alves_Ramos