Mostrando postagens com marcador 28 de setembro de 1783). Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 28 de setembro de 1783). Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 9 de julho de 2025

António Correia Pinto de Macedo (Correlhã, 12 de junho de 1719 — Lages, 28 de setembro de 1783),

 


 

 

 


 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Correia_Pinto_de_Macedo 

 https://archive.li/z9CAk

https://archive.li/KwHK4 

https://pontedelimacultural.pt/antonio-correia-pinto-de-macedo 

 António Correia Pinto de Macedo (Correlhã, 12
de junho de 1719 — Lages, 28 de setembro de
1783), capitão-mor do Sertão de Curitiba e da
Vila de Lages, com mercê de Hábito de Cristo, foi
um bandeirante, sertanista e fazendeiro, fundador
da cidade de Lages.

Nasceu na freguesia de São Tomé de Correlhã do
município português de Ponte de Lima,
descendente dos Senhores da Quinta de
Assamassa e das linhagens nobres dos Macedo de
Monção e dos Brito de Arcos de Valdevez.[1]
Chegou de Lisboa ao Brasil em 1733, e após de
residir por um ano no Rio de Janeiro, na atual rua
Visconde de Inhaúma, e por quatro em Minas
Gerais, em 1738 iniciou a sua atividade como
sertanista nas campanhas do Rio Grande de São
Pedro, ocupando-se com negócios de tropas pelos
quais chegou a passar dois anos nas Índias da
Espanha.[2] Nas suas expedições purgou os
sertões do Rio Grande e de Curitiba de
malfeitores, franqueou estradas para o comércio à
custa de grande parte dos seus bens[3] e fundou a
Fazenda Cruz de Malta, a Fazenda Guarda-Mor e
a Fazenda Capitão-Mor,[4] recebendo em
reconhecimento por suas importantes contribuições a provisão de Guarda-mor substituto nos distritos do
Rio Grande do Sul a 12 de setembro de 1763.

 

Aproveitando o seu conhecimento em profundidade dos caminhos das tropas, fez aliança com o Morgado
de Mateus, Governador e Capitão-general da Capitania Real de São Paulo, para povoar o sertão de
Curitiba e toda a campanha que se extendia desde o Campo da Estiva para o sul até as fronteiras da
Capitania.[6] Foi nomeado Capitão-mor regente da região em 9 de julho de 1766, e em 7 de agosto
recebeu a ordem de fundar e administrar nos campos das Lages uma povoação, a maior que for possível,
que havia de chamar-se Vila Nova dos Prazeres e ter por orago Nossa Senhora dos Prazeres,[7] com o
triplo fim estratégico de organizar a defesa do sertão,[8] servir de ponto de parada para os tropeiros que se
utilizavam do caminho entre Sorocaba e Viamão, e garantir o domínio português no interior do território,
povoando terras que segundo a tradição continham jazidas de ouro.

Correia Pinto partiu de São Paulo poucos dias depois, levando consigo uma imagem de Nossa Senhora
dos Prazeres em pintura doada pelo Morgado de Mateus. Após de gastar quatro ou cinco mil cruzados da
sua fazenda na jornada até o campo das Lages e nos aprestos em que houve de empregar a sua
escravatura e os seus oficiais,[9] estabelecendo primeiro um assentamento em Chapada das Taipas e outro
nas margens do rio Canoas que uma enchente obrigou a evacuar, finalmente fundou a póvoa de Lages na
sua posição geográfica atual a 22 de novembro de 1766 em torno à sua primeira capela, limitando a leste
com a Serra do Mar e ao norte com o ribeirão do Campo da Estiva.[10] Diante dos incessantes ataques dos
indígenas construiu depois uma represa no riacho, em que as mulheres podiam lavar as roupas sem
afastar-se de suas casas,[11] e entre 1768 e 1771 abriu o caminho Lages-Laguna, alternativo ao Caminho
das Tropas, para ligar os campos do interior com o litoral.[12]
A póvoa de Lages foi elevada em 22 de maio de 1771 à categoria de vila, que manteria até obter o
reconhecimento de cidade quase nove décadas depois.[13] No mesmo ano, Correia Pinto recebeu do
Morgado de Mateus a mercê do Hábito de Cristo e a patente definitiva de Capitão-mor de Lages,[9] e a
Rainha D. Maria I concedeu-lhe a 26 de novembro de 1779 o título de Capitão-mor do Sertão de Curitiba
em reconhecimento por seus valiosos serviços e pela fundação de Lages, que descreveu como uma das
mais florentes vilas da Capitania, nomeando-o para seguir vadeando e descobrindo os “vastos e
impenetráveis sertões” que corriam da Curitiba até a fronteira do Rio Grande do Sul.[3]
Em sua honra existem hoje o município catarinense de Correia Pinto, o Aeroporto Antônio Correia Pinto
de Macedo (IATA: LAJ) de Lages, a rua Correia Pinto de Lages, e o monumento em homenagem a
Correia Pinto na praça da Bandeira de Lages, esculpido pelo artista plástico lageano Agostinho
Malinverni Filho,[14][15] que representa o bandeirante apontando o local onde seria fundada a povoação,
erguido simbolicamente sobre um bloco polido de pedra que emerge dum penhasco agreste.
Foi tio-tetravô de Adelino Delduque da Costa, administrador colonial e escritor, Coronel de Infantaria
combatente na Primeira Guerra Mundial e Governador do Distrito de Damão da Índia Portuguesa, e tio-
pentavô de Miguel Barca del Duque, Comandante de Artilharia combatente em várias das batalhas mais
importantes da Guerra Civil Espanhola. Foi também um dos dois grandes bandeirantes ponte-limenses
junto com Cristóvão Pereira de Abreu, natural da freguesia de Santiago de Fontão. 

 

=============================================================================

 

«O Fundador

Antônio Corrêa Pinto de Macedo nasceu em Portugal, em 1719. Veio ao Brasil com 14 anos. Casou com 40. Chegou em Lages para fundar a cidade com 47. E morreu aqui, em 1783, com 64 anos, sem deixar filhos.

Lages foi fundada oficialmente em 22 de novembro de 1766 (há exatos 250 anos atrás). A data lembra o dia em que chegou à cidade o seu fundador, Antônio Corrêa Pinto de Macedo. O livro de Licurgo Costa, “O Continente das Lagens – Vol. 1”, citado na obra “ACIL e seu compromisso com a Serra Catarinense”, publicado no ano 2000, conta, em sua página 17, como aconteceu:

“Por ato de 9 de julho de 1766, Dom Luiz Antônio de Souza Botelho e Mourão, Governador e Capitão-General da Capitania de São Paulo, nomeou o sertanista Antônio Corrêa Pinto de Macedo, Capitão-Mor Regente do Sertão de Curitiba, com a incumbência de fundar no extremo Sul da Capitania uma póvoa que até pela sua própria existência desestimulasse os castelhanos (espanhóis) de tentarem, como vinham fazendo, invadir área pertencente a Portugal. A área em referência era a dos Campos das Lagens, por onde cruzava a Estrada dos Conventos, aberta por Francisco de Souza Faria e retificada por Cristóvão Pereira de Abreu (1), sendo entregue ao uso entre 1729 e 1730”, fecha o texto.

 Capitão-Mor já tinha fazendas em Lages

Antônio Corrêa Pinto, quando aqui chegou, veio “designado” pelo Governo de São Paulo para fundar uma “Póvoa” (povoado). E o objetivo era muito claro: ajudar a conter os castelhanos que poderiam se aventurar a tomar as terras portuguesas destas paragens. No entanto, ele tinha também outros interesses. Em publicação feita em um blog específico sobre a história de Lages, a estudiosa Tânia Arruda Kotchergenko conta que ao chegar aqui, Antônio Corrêa Pinto já tinha duas fazendas (uma em Vacaria e outra em Lages, a maior delas). Essas terras que ele acabou dono, provavelmente, em áreas devolutas.

Para fundar a Vila de Lages, Corrêa Pinto trouxe consigo muitos animais (cavalos e mulas), além de grande número de escravos (não encontramos em nenhum documento a quantidade exata de quantos seriam) e algumas famílias desbradoras. Ele tomou o cuidado de trazer com ele alguns pedreiros, carpinteiros, ferreiros e pelo menos um mestre de obras, Caetano Saldanha, além de inúmeros instrumentos de trabalho e ferramentas. “Lages, sobre a proteção da padroeira – Nossa Senhora dos Prazeres – começou no local Taipas, no qual havia uma igreja dos tropeiros. Logo foi abandonado aquele sítio, iniciando-se um núcleo de povoamento próximo ao Rio Canoas (hoje município de Correia Pinto). Somente em 22 de maio de 1771 foi fundada Lages no atual lugar onde se encontra”, cita um texto extraído da Wikipédia.

 Quem era Corrêa Pinto?

Quando chegou a Lages, em 22/11/1766, Antônio Corrêa Pinto de Macedo tinha 47 anos. Ele nasceu no interior de Portugal, no dia 12 de junho de 1719, filho de Luiz Corrêa Pinto e Antônia de Souza Macedo. Com 13 anos, mudou-se para Lisboa. Poucos meses depois, veio para o Brasil e foi morar com um tio na cidade do Rio de Janeiro. Com 14 anos, mudou-se para “as Minas Gerais”. Naquele período, aquela região do Brasil fervilhava de gente atrás da “febre do ouro”. E Côrrea Pinto, mesmo jovem, lidava como negociante de ouro e de prata. Aos 19 anos, mudou-se para São Paulo. E em seguida para Santos (viveu pouco tempo nessas cidades – sempre comercializando alguma coisa). E pouco tempo depois, em 1738, rumou para liderar várias campanhas na região de São Pedro do Rio Grande (RS).

No período de 1738 até 1759 – durante 21 anos – Corrêa Pinto passava o maior tempo nas terras do Rio Grande do Sul. E neste período, fez pelo menos três viagens a São Paulo negociando gado, cavalos e muares (virou tropeiro). Ele adquiria os animais do Rio Grande do Sul (região de Viamão ou nas reduções jesuíticas – gado criado pelos indígenas e pelos padres jesuítas). E transportava em tropas, passando por Lages e chegando a Sorocaba (SP), onde eram comercializados. Essas viagens, de acordo com os registos históricos, não demoravam menos do que 6 meses.

Casou com 40 anos

Em uma dessas viagens a São Paulo, no dia 26 de julho de 1759, ele casou com a jovem Maria Benta de Oliveira (os documentos não falam a idade – só citam que era menor). Foi na Vila de Santana de Parnaíba (próximo a São Paulo). Na época (quando casou), Antônio Corrêa Pinto tinha 40 anos de idade. E quando chegou em Lages, sete anos depois, estava com 47.

A viagem que ele fez de São Paulo (quando foi nomeado Capitão-Mor) até Lages, demorou pelo menos quatro meses para ser realizada.

 A Vila de Lages começou em 1740

O historiador Licurgo Costa diz que Lages começou a ser povoada porque era caminho de parada e de descanso das tropas. Vindo do Rio Grande do Sul, esses animais se desgastavam muito com o deslocamento. E precisavam parar algum tempo para se recuperar, o que podia levar até seis meses já que Lages tinha ótimas pastagens. Nessas paradas, os tropeiros por aqui permaneciam. E alguns até se arriscavam a vender alguns animais para quem vinha comprá-los antes mesmo de sua chegada a Sorocaba.

Então, Lages começou a ser estabelecida a partir de 1740, de acordo com esses relatos. E, aos poucos, além da pequena feira de animais, também foram sendo criados alguns comércios. Logo que chegou a Lages, com a esposa, muitos escravos e algumas famílias (que também foram legalizando terras devolutas para elas próprias), Corrêa Pinto implantou por aqui um moinho de fubá (farinha de milho), uma ferraria e uma olaria.

 Viveu apenas 17 anos na cidade

Antônio Corrêa Pinto viveu apenas 17 anos em Lages. Ele morreu no dia 28 de setembro de 1783, aos 64 anos. Deixou a esposa Maria Benta de Oliveira como viúva. E nenhum filho como herdeiro. Os bens que possuía deixou em testamento à viúva, com ressalva explícita. Se ela casasse novamente (o que acabou acontecendo visto que era muito mais nova do que ele), deveria deixar metade de seus bens com as irmãs dele, ou com os sobrinhos (filhos da irmãs). E a outra metade poderia usufruir.

O fundador de Lages foi sepultado no dia 29 de setembro de 1783, na Vila de Lages. E seu corpo foi enterrado na igrejinha da época, “acima do arco e ao pé dos degraus do presbitério”, cita o livro de Licurgo Costa. Seus restos mortais estão hoje depositados na Catedral da cidade, juntamente com os restos mortais de Frei Lother (que começou a construção da Catedral).

Em homenagem ao fundador da cidade – um desbravador – há vários símbolos que lembram o seu nome. O primeiro deles é a cidade e o município de Correia Pinto, onde ele se teria estabelecido para iniciar a construção da cidade (às margens do Rio Canoas). Há também uma estátua em bronze, no início da Rua Correia Pinto (com três metros de altura e pesando 500 kg), implantada no local no dia 22/11/1966 (quando Lages completou 200 anos de fundação). E a própria rua em sua homenagem, no centro da cidade, além da denominação do aeródromo da cidade – que leva o nome de “Aeroporto Federal Antônio Corrêa Pinto de Macedo”.»

 

Para além do texto que acabamos de transcrever, existem mais referências a Correia Pinto na mesma revista.

Como é ali referido, existe também no Brasil o município de Correia Pinto. No respectivo site, na História Geral do Município, refere-se que “Correia Pinto foi Fundado por Antônio Correia Pinto de Macedo, que recebeu a incumbência de formar um povoado às margens do Rio Canoas ou Pelotas por serem caudalosos, rápidos e abundantes de peixe, preservando o domínio castelhano e demarcando a ocupação portuguesa…”.

Existe igualmente muita literatura acerca de António Correia Pinto de Macedo e existem em sua honra, como vimos, os municípios de Lages e Correia Pinto. A distância entre as duas cidades, localizadas no Estado de Santa Catarina, é de 25 km, ficando estas a cerca de 600 km da cidade de S. Paulo.

Pormenor interessante é ser o Município de Lages considerado o berço do turismo rural no Brasil e ter Ponte de Lima a Central Nacional do Turismo no Espaço Rural – TURIHAB.

A ligação da Correlhã através da personalidade de Correia Pinto simboliza a amizade entre Portugal e o Brasil, país que acolheu tantos correlhanenses.

Comemorando-se este ano os 300 anos do seu nascimento, aqui fica uma pequena homenagem e recordação a tão grande personalidade Correlhanense no Brasil.

 

Notas:

(1) Figura proeminente na história do Sul Brasileiro, Cristóvão Pereira de Abreu nasceu na freguesia de Fontão, em Ponte de Lima, em 13 de julho de 1678, e faleceu na vila de Rio Grande, Brasil, em 22 de novembro de 1755 (“Figuras Limianas” – Edição do Município de Ponte de Lima, 2008).

Artigo publicado na revista “O Anunciador das Feiras Novas” de 2019, páginas 133 a 137, complementado com novas imagens.

 https://pontedelimacultural.pt/antonio-correia-pinto-de-macedo

https://archive.li/KwHK4

================================= 


QUANDO . em março de 1711,
• aportou em a enseada das Ga-
roupas (hoje Pôrto Belo) o Sar-
gento-mor da praça de Santos Ma-
nuel Gonçalves de Aguiar, em ex-
ploração aos portos catarinenses ,
dizia em informação que prestou ,
que " o rio Taá-hy se acha despo-
voado , sem morador algum ; e nêle
foi morador o Capm. Miguel Dias
(de Arzão ?), sua mãe e irmãos e
ora os achei moradores no rio S.
Francisco " .
O governador de S . Paulo, Bo-
telho Mourão , morgado de Mateus ,
invadindo jurisdição alheia, man-
dou , em 1766, o Capm. Antônio
Correia Pinto fundar um povoado
em Lajes. Seu colega do Rio Gran-
de do Sul, Coronel Custódio de Sá
e Faria, ao saber do caso , protes-
tou contra a suposta invasão de sua
circunscrição política. Esta recla-
mação foi encaminhada ao Vice-
rei, conde da Cunha , que , em ofício
de 22 de fevereiro de 1767 ao Mor-
gado , aconselhava-o 'a não prOS3e-
guir na empreza , a fim de evitar
atritos ,' persuadindo-lhe a 'estabe-
lecer povoação ao norte do rio Tu-
juhy (Itajaí), por ser mais comodo ,
o terreno para todas as execuções",
- dizia-lhe o conde com malícia
- de suas vastissimas idéias".
Diante disso , o Morgado oficiou
a Correia Pinto , indagando dêste
"se se poderá fazer com a mesma
utilidade esta fundação (a de que
estava encarregado) nas cabecei-
ras do rio das Canoas ou nas mar-
gens do rio Tajuy, ou em outro
ponto adonde não nos perturbem" .
Não conhecemos , infelizmente, a
resposta do fundador de La ~ es.
lI. - Ao referir-se aos portos da
Província catarinense , de cujo go-
vêrno fôra secretário , Paulo J .
Miguel de Brito assim se manifes-
ta sôbre o Itajaí: - " O porto de
Itajahi é pequeno e pouco fre-

 quentado "por não haver ali po-
voação, mas é seguro e abrigado, e
pode vir a ser de transcendente
utilidade, como adiante direi; a sua
entrada é entre o Pontal do norte
e a ponta Cabeçuda ao lado do sul,
com 6 a 7 braças de fundo; o ca-
nal é estreito e deve demandar-se
com vento e maré favoráveis; o
fundeadouro tem o sobredito fun-
do e é defronte de uma Fazenda de
lavoura, chamada do Anão, unica
que com casa ali se encontra". En-
tre as medidas preconizadas pelo
citado autor, em sua preciosa " Me-
mória Política" (1816) lembrava
êle "povoar e cultivar os terrenos
de ambas as margens do rio Ta-
jahi-assu, desde a sua foz até a pri-
meira cachoeira; e o Mirim ' desde
sua confluencia naquele até onde
fôr navegavel, e daí para cima até
o campo da Boa Vista".
UI. - A casa-real portuguêsa
instalara-se no Brasil, que passara,
em 1815, de simples colônia à ca-
tegoria de Reino-unido ao de Por-
tugal e Algarves. Dois anos volvi-
dos , foi chamado a sobraçar a pas-
ta do Reino e Erário e, logo de -
pois, as da Marinha, Estrangeiros
e da guerra, o magistrado Tomaz
Antônio de Villanova Portugal, que
assim concentrava em si todo o me-
canismo administrativo , tornando-
se o ministro universal de um rei
absoluto. Embora português , Tomaz
Antônio sempre demonstrou , des-
de sua chegada , grande afeição pe-
lo nosso país e seus naturais. Ape-
sar de graves defeitos e de erros
administrativos projetou e realizou
vários serviços públicos dignos de
memória.
Teve êle durante algum tempo
os olhos voltados para Santa Ca-
tarina, onde pretendia estabelecer
um grande Arsenal marítimo; criou
a Intendência de Marinha; na en-
seada das Garoupas fêz assentar 

ma colônia de pe il cadores proc e-
dentes da Ericeira , em Portugal .
Da mesma forma tratou de fun -
dar às margens do Itajaí-mirim
um estabelecimento colonial e os
alicerces de uma cidade. Para isso .
procurou alguém de sua inteira
confiança e com capacidade bas-
tante para dirigir a emprêsa . O
e scolhido foi o seu Oficial de g a-
binete Antônio de Menezes Va s-
concellos de Drumond ( 1794-1865 )
ilustrado brasileiro que , mais tar-
de relevantes serviços prestaria à
sagrada causa de nossa emancipa-
ção política sob a direção de José
Bonifácio , o Patriarca .
Meu saudoso irmão JOilé Arthur ,
sob o título " Antônio de Menezes
Vasconcellos de Drumond ", escre-
veu do Rio de Janeiro , a 11 de ju-
nho de 1913 , a notícia abaixo , Que
a " Revista Catharinense ", da L a
guna. do não menos saudoso José
Johanny, estampou em o A . lII.
n .O 1., pago 19, de janeiro de 1914:
- " Nos capítulos I e lI , da última
parte das " Notas para a História
Catarinense" transcreve o capitão-
tenente Lucas Boiteux algumas r:t
ferências do ilustre brasileiro An
tônio de Menezes Vasconcellos de
Drumond aos períodos governa-
mentais de Tovar de Albuquerque
e de Pereira Valente ( conde do Rio
Pardo ) que no quinqüênio de 1817
a 1822 , enfeixaram nas mãos os
poderes com que , em nome de Sua
Ma ~ estade . presidiam os negócios
da Capitania. Por julgá-las inte-
ressantes envia as notas que coligi ,
em rápida leitura que fiz das
" Anotações " do mesmo Vasconcel-
los de Drumond , enviando o leitor
que queira conhecer-lhe a biogra -
fia ao " Brasil Histórico do Dr . A.
J. de Melo Moraes.
" Denuciado falsamente de per-
tencer a uma das Sociedades se-
cretas que tão larga influencia ti-
v e ram nos acontecimentos deter -
minativos da revolução de 1817 ,
em Pernambuco , Antônio de Me-
nezes Vasconcellos de Drumond ,
que então exercia o cargo de Con-
tador da Chancelaria-mor , gozan-
do da inteira confiança do chance-
ler Tomaz Antônio de Villanov a
Portugal, recebeu o i njusto ca s ti-
go de seguir para Londres. Aba-
lado pela atitude a s sum i da po r
Vasconcellos de Drumond , decla-

ando-Ihe que " voluntariamente
não partiria , porquanto e ra ino-
cente " . acrescentand:o " que si o
julgava criminoso , mandasse pô-lo
em processo e si o considerava ino-
cente , não consentisse que se abu-
saSile d e sua boa fé nem que o fi-
ze ssem instrumento da p e rsegui-
çã o de um moço qu e, no principio
de sua carreira , já t i nha dado boas
provas da sua honra e da sua pro -
bidade "; " o poderoso Chanceler
resolveu , atendendo ao precano
estado de saúde de jovem funcio-
nário , que fôsse para Santa Cata-
rina " mudar de ares com seis me-
ses de licença" .
" Conta-nos Vasconcellos de
Drumond - prossegue José Boi-
teux - que da denuncia ao dia de
sua partida decorreram muitos
meses , mais de um ano . Governava
então a capitania o coronel João
Vieira Tovar de Albuquerque ".
Aqui um parêntesis . A 14 de
fevereiro de 1820 Drumond apre -
sentou ao Governador referido o
seguinte Aviso real:
" EI Rei N.S. Ho servido que
Vmce. vá se apresentar a João
Vieira Tóvar Albuquerque ,
Governador da Capitania da
Ilha de Santa Catharina, para
tomar posse d'huãs Terras pa-
ra o mesmo Senhor junto ao
R io Tajahy-mirim , a fim de
n e las formar hum Estabeleci-
m en to . segundo a direcção que
lhe ha de dar o mesmo Go-
vernador , na forma das Ins-
truções que serão a este dadas
por esta Secretaria d'Estado
dos Negocios do Reino . O que
par:ticipo a Vmce. para que
aSSIm se execute. Ds . Ge. a
Vmce. Paço em 5 de Fevereiro
de 1820. - Thomaz Antônio
de Villa Nova Portugal-
Snr . Antônio de Menezes Vas-
concellos de Drumond " .
~ste aviso só foi registrado mais
tarde, no Destêrro , a 28 de ~arço
do ano seguinte , pouco antes do re-
gresso de Drumond ao Rio. Infeliz-
mente , não alcançamos descobrir
as instruções transmitidas ao go-
vernador Tovar .
Prossegue José Boiteux : - " Ali
permaneceu Vasconcellos de Dru-
mond set e meses , que êle bem apro-
v eitou , estudando a situação da ca-
pitania , traçando-lhe um vasto pla

no de melhoramentos. Regressan-
do ao Rio, apresentou circunstan-
ciado relatório ao chanceler Villa-
nova Portugal, que o aprovou, co-
metendo-lhe a incumbência de co-
lonizar as terras banhadas pelo
rio Itajaí. Dois outros inestimáveis
serviços ficou devendo a capitania
a Vasconcellos de Drumond, que
propôs a abertura de uma estrada
do Destêrro a Lajes e a desanexa-
ção desta então vila da capitania
de S. Paulo e sua reunião à de
Santa Catarina. Ambas as propos-
tas foram aceitas por Villanova
Portugal, que determinou fôs-
sem executadas. "A obra da
abertura da estrada - narra-nos
Drumond - foi interrompida pela
revolução de 1821, que decidiu do
regresso do rei D. João VI a Por-
tugal. Não sei se depois da Inde-
pendência essa obra continuou,
nem o estado em que se acha. O
que me parece é que deve ser aca-
bada e em tôda a sua extensão,
criadas colonias agricolas de gen-
te livre, cujo numero nunca será
demasiado. Todo aquele terreno é
muito produtivo. Da Vargem dos
Pinheiros se tirou o mastro gran-
de para a nau S. Sebastião, que foi
construida no Rio de Janeiro . A
intenção de Tomaz Antonio era
de criar ali colonias nacionais e
estrangeiras" .
No tocante aos trabalhos exe-
cutados no Itajaí , diz-nos Vascon-
cellos de Drumond , que alguns se
fizeram, " mas nem houve tempo
nem meios para os levar ao cabo" ,
porquanto assumindo a pasta do
Reino , o almirante Quintela lhe di-
rigira um aviso, em data de 26 de
fevereiro de 1821, recomendando
suspendesse tôdas as obras que exi-
gissem despesa e se retirasse para
a côrte, visto S.M. dar por acaba-
da a comissão de que estava en-
carregado.
" Todavia, - acrescenta o ilus-
tre brasileiro - ali se construiu
uma sumaca denominada S· ' Do-
mingos Lourenço, que foi a primei-
ra embarcação daquele lote que
passou a barra do rio Itajaí, carre-
gada de feijão , milho e taboado ,
para o Rio de Janeiro. Ainda do
Itajaí mandou Vasconcellos de Dru-
mond , sem nenhum dispendio para
os cofres publicos, a madeira para
a construção do edifício destinado

ao Museu nacional. De S. Fran-
cisco, que também visitou, enviou
àquele Museu algumas perolas "pe-
quenas mas de boa qualidade", pes-
cadas ali. A 9 de maio de 1821 che-
gava ao Rio de Janeiro Vascon-
cellos de Drumond, a bordo da
sumaca Venus, de propriedade do
negociante catarinense João Luiz
do Livramento, para cujo bordo fô-
ra acompanhado pelo governador
Tovar de Albuquerque, pelo in-
tendente de Marinha ,Miguel de
Souza Melo e Alvim e por outras
pessoas qualificadas".
Quando Drumond aportou ao
Destêrro (hoje Florianópolis) ali
encontrou o sábio naturalista
francês Saint-Hilaire. Tratou logo
de seguir para o Itajaí a pôr em
prática os planos ministeriais. Com
uns tantos soldados, dispensados
das fileiras do 12. 0 Batalhão (do
coronel Inácio Madeira, o verdugo
da Bahia na guerra da Indepen-
dência) e perceberiam 160 rs. diá-
rios no 1.0 ano e 80 rs. no segun-
do, iniciou êle no sítio escolhido,
as derrubadas, plantações, edifi-
cações expeditas para o alojamen-
to dos colonos e a montagem de
uma serraria. Logo em seguida deu
princípio à construção naval, pon-
do no estaleiro a quilha de uma su-
maca. A futura povoação, que de-
via ser chamada "São Tomaz da
Villanova", em homenagem ao
nomeado ministro, foi delineada
pelo coronel português, da arma
de engenharia, Antônio José Rodri-
gues (1774-1858), mandado em
junho de 1819 a Santa Catarina in -
cumbido das obras das fortifica-
ções e outras de engenharia.
A respeito da missão de Vascon-
cellos de Drumond, assim se ma-
nifesta o historiador catarinense
M.J. de Almeida Coelho , à pago 93
de sua "Memória histórica", pri-
meira edição de 1856: "No
mesmo ano (1820) veio da côrte
do Rio de Janeiro Antônio de Me-
nezes Vasconcellos encarregado da
fundação de uma Colônia no rio
Itajaí. :ll:ste homem gastou um ano
em passear e iludir (expressões de
uma memória que temos presente,
e vamos copiando) o Ministro a
bem do seu interêsse particular,
vexando os pobres moradores do
lugar, a quem dava a tarefa de
serrar taboado, e cujos jornais
n u nca foram pagos, apesar de dl.:;-
pender a Fazenda real em tão pou-
co tempo, pois retirou-se em 1821 ,
o melhor de cinco mil cruzados:
não fêz mais do que uma derru

bada, sem deixar sinal algum de
Colônia. Ouviu-se-lhe por muitas
vêzes dizer: aproveitemos o Mi-
nistro d'Estado (Villanova Por-
tugal) que está velho".

http://hemeroteca.ciasc.sc.gov.br/blumenau%20em%20cadernos/1958/BLU1958005_mar.pdf 

 

 

 

 

António Correia Pinto de Macedo (Correlhã, 12 de junho de 1719 — Lages, 28 de setembro de 1783),

          https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Correia_Pinto_de_Macedo   https://archive.li/z9CAk https://archive.li/KwHK4  https://po...