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segunda-feira, 4 de agosto de 2025

José Augusto de Castro, Guarda – nasceu a 22 de Janeiro de 1862, Coimbra, onde morreu a 13 de Maio de 1942

 


Para a Lucta -  José Augusto de Castro - Lisboa, 1910

em :

A Águia , Portugal 15.12.1910


Surge este livro, ao povo português dedicado, numa época bem diferente daquela em que o seu autor o concebeu e trabalhou.
Livro de luta intensa e de combate, os brados de revolta que nele acesamente vibram nada perdem, todavia, da sua oportunidade, nem o seu calor menos aquece aqueles que o lêem e compreendem, solidarizando-se com o espírito revoltado do Poeta e com as suas largas e humanas aspirações de Verdade e Justiça.
Esses versos, em que, não obstante o fogo de indignação que os incendia, perpassa um emocionado sopro de piedade pelos opressos e humildes, flagelam altivamente, com a indômita irreverência dum rebelde que nenhuma transigência entibia, todas as opressões e iniquidades.
É um incitamente ás almas ainda não corrutas, impelindo-as á luta aberta e sem tréguas a todas as proteiformes encarnações da Mentira e do ódio, derrubando ídolos e desconjuntado os tronos dos Tiranos, que ao seu despotismo o homem secularmente acorrentaram, humilhando e envilecido.
Estes livros são precisos. Nas épocas críticas de desfalecimento e de descrença, quando a nacionalidade ameaçaria subverter-se, por falta de coesão cívica e pela pulverização da consciência colectiva, é necessária uma voz que desperte e abale as dormentes energias do Povo, e quem senão o Poeta poderia tal obra empreender.
Não é o Poeta, pela sua mais sensível vibratilidade, quem melhor pode compreender a alma do Povo e que mais intimamente com ela pode comunicar, concentrando na sua voz todos os clamores de justiça e todas as imprecações de Odio dos que da vida só conhecem a face dura e hostil, eternas vítimas de todas aes misérias, esmagados ao peso de todos os depotismo e escanercido spelas mais vis simulações do Direito?
O Poeta não deve isolar-se dentro da doirado torre do seu idealismo, nem deve esterilizar-se o seu sentimento nos temas gastos num emotivismo estritamente pessoas. Acorda, é o tempoQ clamava o claro espirito que o nome de Antero imortalizou.
E ao poeta que dorme, á sombra dos cedros seculares, longe do fragor da luta em que seus irmãos combatem, que ele indita, lançando-o para a solidariedade viril da refrega e dele fazendo o soldado heroico do Futuro.

     
..... E dos raios de luz do sonho puro
            Sonhador, faze espada do combate!


Não há miséria que não comova a alma do poeta que estas linhas inicialmente motiva, nem torpeza que lhe arranque os brados mais altivos de indignação. A Pátria ameaça sumir-se no abismo q que a arrasta, perante a impassível indiferença dom povo apático, a doirada coorte dos que aos seus destino lançaram a polúida e criminosa mão? Apagaram-se com repulsivos borrões de lama todas as fúlgidas glórias dum passado grande e belo? Completou  o jesuíta a obra de depressão, amarfanhando as energias vitais duma raça heroica e prostituindo as sublimidades nobilitantes do pensamento Humano.

       
 Envolvendo a Razão na mortalha da Fé- !

Choram crianças a fria miséria da sua orfandade, vagueira pela sombra mulheres, escondendo a vergonha da sua situações, ouvem-se gritos de famintos, gemidos de pobres serem que nunca conheceram o calor dum beijo ou o conchego dum lar? Há miséria luto, dor, hipocrisia ou torpeza? O Poeta ergue-se altaneito e insubmisso e da sua alma rebelde, que um sonho grandioso duma larga era de universal felicidade ilumina e aquece, irrompe.

       
 Um brado atroador de eterna maldição!

Ao Povo se dirige o Poeta, e, na verdade  só a ele vale a pena alguém dirigir-se, pois só ele conserva ainda na rudeza da sua alma incorreta a chama da fé e o entranhado ódio a mentira e as maquinações ignominiosas dos tiranos. Do Povo surgem as energias redentoras no momento decisivo da luta.


O Poeta teve ainda a felicidade de poder cantar o triunfo da República
* no mesmo livro onde impiedosamente flagelava a criminosa baixeza dum regime caracterizadamente reaccionário, que obrigada a estulta pretensão de opor-se a corrente impetuosa do Progresso. As suas palavras são todavia ainda de inditamento e de combate, pois que a obra a que o poeta aspira não está senão esboçada.
Temos de lutar constantemente, sem desfalecimento nem fáceis ilusões de triunfo, até que a liberdade não seja uma palavra vã e sobre a terra se estabeleça uma época feliz de paz e de fraternidade, norteados os homens pelos ditames da sua consciência esclçrecida e sendo a Verdade e a Justiça os grandes principios reguladores da vida colectiva. Uma utopia, um sonho do Poeta, visionador de irrealizáveis fantasias? Não, por certo. Para o futuro caminhamos, lutando, esclrecendo, educando, e agora que já nos não atravanca o caminho o estorvo da monarquia, com todo o seu sistema organizado de correção e reacionarismo, mais facilmente podemos romper pela estrada, além da qual esplende essa ideal primavera que o nosso sonho concebe e o nosso esforço acalente. É o poeta ainda que impele a luta, bradando ao Povo as palavras de combate incitando-o, pondo-lhe deante dos olhos a visão radiosa desse ideal futuro.....


* Baia, Proclamação da Repúclica no Brasil

in  

"Os seus primeiros trabalhos jornalísticos são escritos na Baía, cidade onde singrou no ramo" 

Escute, Zé-Ninguém! Reich, 50 Escute Zé Ninguém dados de presente! rs , kkkk, aprenderam alguma coisa? NÃÃÃÃOOOOO!

  Esta é a obra mais "popular" de Reich, em que ele mostra o que o homem comum faz a si mesmo: como sofre, como se revolta, como ...