"Guaraqueçaba" é um vocábulo
tupi que significa "lugar de dormir dos
guarás", através da junção dos termos
agwa'rá ("guará")
[6],
ker ("dormir") e
aba ("lugar")
[7].
Hans Staden, um aventureiro
alemão nascido em Homberg,
Hesse, que acompanhava a expedição, mais tarde escreveria livros contando suas peripécias, como em
Viagens e Cativeiro entre os Selvagens do Brasil, que diz:
“ | Estes nos perguntaram donde vínhamos e replicaram que devíamos ter um bom piloto para chegar até aquele porto, porque apesar de eles bem o conhecerem, com semelhante tempestade não poderiam ter entrado. Contamos-lhes então que vínhamos de Espanha e como o vento e as ondas nos impeliram até o naufrágio. E quando pensávamos estar perdidos, uma grande embarcação com selvagens e os dois lusos abordaram o navio. Quando ouviram isso admiraram-se e deram graças a Deus e disseram que estávamos no Porto de Superagüi (Supraway), distante 18 léguas de uma ilha chamada São Vicente, que pertencia a EI-Rey de Portugal e lá moravam eles e aqueles que tínhamos visto com o navio pequeno, que fugiram porque pensavam que éramos franceses. | ” |
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— Hans Staden, Viagens e Cativeiro entre os Selvagens do Brasil.
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O relatório, deste invulgar
historiador, nos dá a riqueza de detalhes necessária para aquilatar o grau de dificuldades vivido pelos primeiros povoadores da
região, e também aos que se seguiram depois.
Quando
Gabriel de Lara, o Capitão-Povoador, descobriu ouro na
região, registrou-se uma verdadeira invasão de aventureiros e
garimpeiros, que se espalharam pelos mais diferentes lugares.
Os missionários
jesuítas da Casa das Missões, com sede em
Cananéia, fundaram em Superagüi um estabelecimento agrícola, com a intenção de catequizar os índios
carijós.
A base da povoação foi lançada em
1838 por Cypriano Custódio de Araújo e José Fernandes Corrêa, quando construíram uma pequena igreja nas proximidades do Morro de Guitumbê, que foi consagrada a
Bom Jesus dos Perdões, e abençoada no dia
15 de junho de
1839. Ao redor da
capela muitas
famílias edificaram suas
casas, algumas se dedicaram ao
comércio e o lugar foi tomando ares de povoado.
Em
1852 foi fundada a Colônia Agrícola de Superagüi, por Carlos Perret Gentil, que levou à região, por sua própria conta, dez famílias
suíças, duas
alemãs e cinco
francesas, totalizando oitenta e cinco pessoas.
Em
1938, por questões meramente políticas, foi extinto o município de Guaraqueçaba, sendo que seu território foi anexado ao de
Paranaguá. Mas em
10 de outubro de
1947, pela
Lei Estadual n° 02, tem seus direitos restaurados, voltando à antiga condição de
município emancipado, sendo que a reinstalação oficial se deu no dia
31 de outubro do mesmo ano. O primeiro
prefeito do município, nessa nova fase, foi Celso Roberto Xavier.
Geograficamete o município é considerado o mais
oriental do estado do
Paraná . Um dos principais rios de Guaraqueçaba é o Rio Tagaçaba.
Religiões em Guaraqueçaba (2010)
[8]
Sem religião (14.43%)
Outras religiões (0.24%)
Em 2010, 46, 61% da população do município era
protestante, 37,49% eram
católicos romanos, 14,43% não tinha religião, 0,6%
Testemunhas de Jeová 0,34% eram membros da
Igreja Católica Apostólica Brasileira, 0,29% eram
espíritas e 0,24% de outras religiões.
[8]
A região de Guaraqueçaba possui vários atrativos turísticos e infra estrutura de pousadas e restaurantes compatível com a demanda.
A própria cidade de Guaraqueçaba é um atrativo, com a Ponta do Morretes, no centro da cidade, onde é possível desfrutar o fim da tarde na companhia de botos. Há também várias construções históricas e bem preservadas. Ao lado da Igreja do Nosso Senhor Bom Jesus dos Perdões, é possível fazer a trilha para o Morro do Quitumbê, local de beleza singular, principalmente ao pôr do sol.
Já mais afastada da cidade, está a Reserva Natural
Salto Morato, que possui centro de visitantes com exposições sobre
Floresta Tropical e
Mata Atlântica, espaço para cursos, aquário natural, trilhas, centro de pesquisas, laboratório básico, portal e loja de souvenir.
Outra opção é o passeio para a Ilha de Superagüi, feito com barcos (
voadeiras), no qual é possível aproveitar a paisagem de mangue e o visual da ilha, área muito preservada.